É Outono.
Aprendi a amar essa estação quando a entendi como uma Primavera de trás-pra-frente.
As temperaturas amenizando, as sombras se alongando e as trilhas, onde caminho todos os dias, perdendo muitos dos seus verdes. É a temporada dos sépias. Já quase não se ouvem mais os sabiás, as corruíras calaram-se em fevereiro, os ribeirões próximos de casa começaram a minguar. A vida está entrando novamente em um período de recolhimento e nos convida à reflexão.
Hoje, enquanto caminhava, revi datas importantes de minha vida e cheguei à conclusão de que os quarenta e cinco 31 de Dezembro que comemorei nunca trouxeram nenhuma mudança significativa nos rumos de minha existência. Já os 30 de Junho acumulam a data de meu casamento em 1979, o primeiro dia de trabalho na Coca-Cola em 1981 e também o último dia nessa companhia em 1985, no dia seguinte eu iniciava minha carreira solo, primeiro como representante comercial e exatamente um ano mais tarde como comerciante. Também foi nesse período do ano passado que decidi que o relacionamento iniciado 27 Invernos antes havia chegado ao fim. Suponho que todas outras datas importantes de minha vida situam-se no segundo semestre: o nascimento de meu filho em Dezembro, o meu próprio em Novembro, a fundação da minha extinta loja de bebidas, a mudança dela para um endereço chique e a posterior abertura da pizzaria em Outubros. Ainda fatos tristes, mas não menos reorientadores como a morte de meu pai em Outubro de 1982 e de minha mãe no Julho de 2003.
Baseado nisso, acabo de decretar uma nova data para meu ano-novo particular: 21 de Junho. Acho que faz mais sentido: É início do inverno no hemisfério sul, o fundo do poço para quem mora abaixo do equador. Daí pra frente, a vida tende a prosperar novamente, as noites vão encurtar, os dias espichar, as sementes preparam-se para absorver a água e o calor do sol dos próximos meses. Nos pastos, cabras e ovelhas entram em seu período fértil. A orquestra da natureza começa seu ensaio para a as grandes sinfonias da Primavera e do Verão.
Desse ano em diante vou festejar o solstício de Inverno, o fim da fossa, a promessa de vida que se renova por toda parte, vou ajustar meu calendário e criar novos rituais: Em vez de pular ondinhas, tomar cerveja e me empanturrar de peru, leitoa e salpicão vestido de branco, vou convidar os amigos para, usando agasalhos amarelos ou vermelhos, saborear uma sopa de legumes, torradas com ervas, talvez um fondue e apreciar um bom tinto junto à fogueira. Podemos petiscar pipocas, amendoins, batatas-doce... De sobremesa um doce de abóbora com coco queimado ou um bolo de cenoura com mel e cobertura de chocolate meio-amargo.
Aprendi a amar essa estação quando a entendi como uma Primavera de trás-pra-frente.
As temperaturas amenizando, as sombras se alongando e as trilhas, onde caminho todos os dias, perdendo muitos dos seus verdes. É a temporada dos sépias. Já quase não se ouvem mais os sabiás, as corruíras calaram-se em fevereiro, os ribeirões próximos de casa começaram a minguar. A vida está entrando novamente em um período de recolhimento e nos convida à reflexão.
Hoje, enquanto caminhava, revi datas importantes de minha vida e cheguei à conclusão de que os quarenta e cinco 31 de Dezembro que comemorei nunca trouxeram nenhuma mudança significativa nos rumos de minha existência. Já os 30 de Junho acumulam a data de meu casamento em 1979, o primeiro dia de trabalho na Coca-Cola em 1981 e também o último dia nessa companhia em 1985, no dia seguinte eu iniciava minha carreira solo, primeiro como representante comercial e exatamente um ano mais tarde como comerciante. Também foi nesse período do ano passado que decidi que o relacionamento iniciado 27 Invernos antes havia chegado ao fim. Suponho que todas outras datas importantes de minha vida situam-se no segundo semestre: o nascimento de meu filho em Dezembro, o meu próprio em Novembro, a fundação da minha extinta loja de bebidas, a mudança dela para um endereço chique e a posterior abertura da pizzaria em Outubros. Ainda fatos tristes, mas não menos reorientadores como a morte de meu pai em Outubro de 1982 e de minha mãe no Julho de 2003.
Baseado nisso, acabo de decretar uma nova data para meu ano-novo particular: 21 de Junho. Acho que faz mais sentido: É início do inverno no hemisfério sul, o fundo do poço para quem mora abaixo do equador. Daí pra frente, a vida tende a prosperar novamente, as noites vão encurtar, os dias espichar, as sementes preparam-se para absorver a água e o calor do sol dos próximos meses. Nos pastos, cabras e ovelhas entram em seu período fértil. A orquestra da natureza começa seu ensaio para a as grandes sinfonias da Primavera e do Verão.
Desse ano em diante vou festejar o solstício de Inverno, o fim da fossa, a promessa de vida que se renova por toda parte, vou ajustar meu calendário e criar novos rituais: Em vez de pular ondinhas, tomar cerveja e me empanturrar de peru, leitoa e salpicão vestido de branco, vou convidar os amigos para, usando agasalhos amarelos ou vermelhos, saborear uma sopa de legumes, torradas com ervas, talvez um fondue e apreciar um bom tinto junto à fogueira. Podemos petiscar pipocas, amendoins, batatas-doce... De sobremesa um doce de abóbora com coco queimado ou um bolo de cenoura com mel e cobertura de chocolate meio-amargo.
Nada de rojões, gritos e espocar de champagnes que denunciam uma falsa felicidade histérica.
Nessa noite fria, convém que conversemos com os corações abertos sobre nossos projetos e sonhos para o período fértil que se inicia. Declararemos nossos propósitos: parar de fumar, voltar para a academia, aprender espanhol ou chinês, listar os livros que leremos... Mas devemos, principalmente, renovar nossos laços de amizade e solidariedade. Ao invés de trocarmos abraços ébrios, vigorosos e vazios como nos reveillons dezembrinos, permanecermos todos com as mãos e os braços dados, aconchegados uns nos outros com a serenidade dos que sabem que a vida está prestes a florescer novamente.
Coloque na agenda:
SOLSTÍCIO DE INVERNO EM 2007:
Dia 21 de Junho, quinta-feira – 15H07min.
Nessa noite fria, convém que conversemos com os corações abertos sobre nossos projetos e sonhos para o período fértil que se inicia. Declararemos nossos propósitos: parar de fumar, voltar para a academia, aprender espanhol ou chinês, listar os livros que leremos... Mas devemos, principalmente, renovar nossos laços de amizade e solidariedade. Ao invés de trocarmos abraços ébrios, vigorosos e vazios como nos reveillons dezembrinos, permanecermos todos com as mãos e os braços dados, aconchegados uns nos outros com a serenidade dos que sabem que a vida está prestes a florescer novamente.
Coloque na agenda:
SOLSTÍCIO DE INVERNO EM 2007:
Dia 21 de Junho, quinta-feira – 15H07min.
4 comentários:
Dia 20/03/2007,começou o Ano Novo Astral,regido por Jupiter que é considerado pelos astrologos um dos planetas mais benéficos,ano repleto de possibilidades e oportunidades,devemos abrir todos os nossos canais de recepção e construir uma nova realidade pessoal e coletiva.Vivemos um momento muito mágico e especial.Parabens Beijos Ro......
César, procure o calendárioda paz ou calendário maia, ele começa em junho como começa o movimento da terra trazendo a imagem do sol em direção do nosso trópico. Na verdade eu acredito que toda cultura pagã, que adorava o sol fazia a fogueira no menor dia do ano, como forma de acabar com a noite e celebrar a nova etapa de cresciento dos dias. Após a proliferação do nosso calendário a cristianismo católico roubou esta data (inicio do inverno) para o Natal, mas o inicio do ano continuou uma semana depois, nos países do norte. Aqui os europeus começaram com esta cultura, principalmente por causa da agricultura, mas novamente o cristianismo católico tacou uns santos para roubar a festa (Antônio, João, e Pedro) eles não tem nada com o roubo da festa, mas usaram o nome deles.
Outra coisa que me chama a atenção, é que tanto os maias como os celtas comemoravam o inicio do novo ano uma semana depois do menor dia do ano. Por que uma semana depois?
Fábio da Expedicionário.
Caro Sr.
Fábio Anônimo da Expedicionários (rsrsrs)
Fui em busca das dicas que você me deu e achei informações contraditórias sobre a festa do solstício de inverno na cultura Inca. Ora dizem que era a festa maior da civilização, ora referem-se a ela como uma comemoração secundária. Desisti, por hoje.
Quanto ao Calendário da Paz, estive lá no site deles e achei o assunto muito complexo para um final de noite de sexta-feira exaustiva, voltarei lá com mais disposição.
Quanto ao calendário Celta, reproduzi abaixo o que encontrei. Além de coincidente com minhas colocações é de uma poesia tocante. Só quase fiquei triste porque achei que estava sendo original (rsrsrsrs)! Ego à parte, reconheço, era óbvio demais para ser inédito.
Como diz um certo terapeuta que você conhece: Minha alma é muito, muito, muito antiga... Será que ando recordando coisas?
Acho que vou sair por aí cantando aquela do Raul:
“Eu nasci há 10.000 anos atrás e não há coisas no mundo que eu não saiba demais”.
De qualquer forma, a comemoração em 21 de junho está de pé e você está convocado. Traga seu telescópio, pois será (também) a última noite de uma Lua-Nova.
Abraços
Extraído do site: www.misteriosantigos.com
Yule - Solstício de Inverno
(21 de Dezembro - Hemisfério Norte) e (21 de Junho - Hemisfério Sul)
É desta data antiga que se originou o Natal Cristão (no Hemisfério Norte). Nesta época, a Deusa dá à Luz o deus, que é reverenciado como CRIANÇA PROMETIDA. Em Yule é tempo de reencontrarmos nossas esperanças, pedindo para que os Deuses rejuvenesçam nossos corações e nos dêem forças para nos libertarmos das coisas antigas e desgastadas. É hora de descobrirmos a criança dentro de nós e renascermos com sua pureza e alegria.
Este dia também é chamado Alban Arthuan (A Luz de Arthur), na tradição druida. É o tempo da morte e do renascimento. O Sol parece estar nos abandonando completamente, enquanto a noite mais longa chega até nós.
Coloque flores e frutos da época do altar. Os sinos são símbolos femininos de fertilidade, e anunciam os espíritos que possam estar presentes.
Se quiser, pode fazer uma árvore enfeitada, pois esta é a antiga tradição "pagã", onde a árvore era sagrada e os meses do ano tinham nomes de árvores. Esta é a noite mais longa do ano, onde a Deusa é reverenciada como a Mãe da Criança Prometida ou do Deus Sol, que nasceu para trazer Luz ao mundo. Da mesma forma, apesar de todas as dificuldades, devemos sempre confiar em nossa própria luz interior.
O César já está sabendo que ele confundiu as culturas, o calendário é o Maia e não o Inca, conforme comentado por ele
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