Caro leitor,
Ando matutando se o passar dos anos vem me deixando menos tolerante ou se a população de chatos vem aumentando de uma maneira alarmante. Similar ao aquecimento global
Esse texto não trata do parasita, que é facilmente eliminado e até evitado se adotamos a postura higiênica correta. Falo do mala-sem-alça, do purgante, do gangorra, do inconveniente, do esperto, do folgado, do espalha-roda. Falo de uma legião de homens, mulheres que acordam todos os dias com o único propósito de enervar a espécie humana.
Semana passada tive um dia especialmente aborrecido. Parecia um complô, cheguei a procurar por câmeras escondidas espreitando meu chilique iminente e a conseqüente revelação da “pegadinha”. Resolvi então anotar todos os ataques que sofri e criei uma espécie de teste, que sem falsa modéstia (que é coisa de chato), considero de utilidade pública.
O teste é muito prático, se as respostas forem sim, você é um chato. Não tem aquela chatice de ficar anotando pontos e depois verificar qual seu perfil de chato. Isso seria perda de tempo, pois um chato é um chato, o que muda é o grau de tolerância da vítima. Vamos ao teste:
1. Se você é comerciante e utiliza como meio de comunicação aqueles carros de som berrando o dia inteiro as imperdíveis ofertas do seu estabelecimento, meu amigo, você é chato. Um anúncio impresso permite o leitor escolher se quer ler ou não. O mesmo ocorre com TV ou rádio, que possibilitam a mudança de canal. Mas o som do tal carro invade nossas casas, nosso sono, nossa privacidade, enfim: enche o saco. Considero até uma anti-propaganda e estou boicotando quem pratica.
2. Se você preza tanto o seu automóvel que não pode guardar latinhas, pacotes de bolacha, maços de cigarro, panfletos e outros lixos até chegar à sua casa e os atira pela janela emporcalhando o espaço público, sinto informar, você é chato.
3. Se esse seu prezado automóvel também costuma ficar parado atrás de outros carros devidamente estacionados em padarias, bancos, farmácias, etc., com a desculpa de que é só um minutinho, além de chato você é burro ou mentiroso. Como é que chegando depois, você pretende sair primeiro? Claro que há a possibilidade de você ser um chato profissional, do tipo que pára o carro assim e fura fila, “pra chatear por menos tempo”.
4. Já que falamos em filas... Você é aquele que no self-service vem encostando, empurrando e apressando quem está a sua frente? Ou estende o braço para capturar o último bolinho de arroz que por direito seria do seu antecessor? Ou pior. Anda em sentido contrário ao fluxo de todo mundo? Se a resposta for sim, você é muito chato!
5. Se no restaurante, você sendo não fumante, senta-se na área reservada aos tabagistas e fica o tempo todo reclamando com os garçons e fazendo cara feia, você é chato. Pode ser até de uma espécie mutante, aquela que deixa de fumar para só chatear quem fuma.
6. Do mesmo modo, se você é adepto da fumaça e insiste em acender seu cigarro na área de não fumantes, você é um chato daquele tipo invasor, como o do carro de som.
7. Ainda no restaurante, se você gosta de fechar negócios, contar piadas, gargalhar ou bater boca com alguém pelo celular, você é chato. Há graus de chatice nesse caso que variam de acordo com o estilo do restaurante, e o volume e duração da conversa. Conheço uns poucos exemplares da sua espécie que são tão discretos nem deveriam ser catalogados nessa categoria.
8. Mas se você além de praticar essa inconveniência em restaurantes, também atende seu celular em cinemas, teatros, missas e velórios... Meu caro, se chatice fosse contra a lei, você seria julgado por crime hediondo.
9. Se você se considera um esportista porque comprou uma moto “off-road” e aos finais de semana, fantasiado de jóquei, sai pelas trilhas e estradas públicas de terra, em alta velocidade, levantando poeira, fedendo óleo dois tempos e fazendo uma barulheira infernal, você é muito, mas muito chato mesmo e pior, costuma andar em bandos e coloca em risco, além da própria vida, também a de pacatos caminhantes e pedalantes, cavalgantes e cavalgados.
10. Mesmo que caminhos de terra não sejam a sua praia, mas você se aventura no asfalto sobre uma moto não menos barulhenta e/ou fedida, pilota inconsequentemente e costuma cumprimentar outros da sua espécie com estouros do motor, você é do tipo chato-varejeira: Mais hora, menos hora, isso vai acabar em merda.
11. Se por excesso de rodas e pneus você não se enquadra nos dois tipos anteriores, mas dirige seu carro como se fosse um kart, colando nos veículos da frente, acelerando ruidosamente, cantando pneus e ouvindo aquela “música” bate-estaca a todo volume, você é um chato previsível: Do tipo que nunca chega de surpresa.
Espero que o dileto leitor tenha dito não a todas as questões, porém, no caso de ter se identificado com uma ou mais das espécies aqui listadas, não deve se desesperar, existe cura: Cidadania.
Ando matutando se o passar dos anos vem me deixando menos tolerante ou se a população de chatos vem aumentando de uma maneira alarmante. Similar ao aquecimento global
Esse texto não trata do parasita, que é facilmente eliminado e até evitado se adotamos a postura higiênica correta. Falo do mala-sem-alça, do purgante, do gangorra, do inconveniente, do esperto, do folgado, do espalha-roda. Falo de uma legião de homens, mulheres que acordam todos os dias com o único propósito de enervar a espécie humana.
Semana passada tive um dia especialmente aborrecido. Parecia um complô, cheguei a procurar por câmeras escondidas espreitando meu chilique iminente e a conseqüente revelação da “pegadinha”. Resolvi então anotar todos os ataques que sofri e criei uma espécie de teste, que sem falsa modéstia (que é coisa de chato), considero de utilidade pública.
O teste é muito prático, se as respostas forem sim, você é um chato. Não tem aquela chatice de ficar anotando pontos e depois verificar qual seu perfil de chato. Isso seria perda de tempo, pois um chato é um chato, o que muda é o grau de tolerância da vítima. Vamos ao teste:
1. Se você é comerciante e utiliza como meio de comunicação aqueles carros de som berrando o dia inteiro as imperdíveis ofertas do seu estabelecimento, meu amigo, você é chato. Um anúncio impresso permite o leitor escolher se quer ler ou não. O mesmo ocorre com TV ou rádio, que possibilitam a mudança de canal. Mas o som do tal carro invade nossas casas, nosso sono, nossa privacidade, enfim: enche o saco. Considero até uma anti-propaganda e estou boicotando quem pratica.
2. Se você preza tanto o seu automóvel que não pode guardar latinhas, pacotes de bolacha, maços de cigarro, panfletos e outros lixos até chegar à sua casa e os atira pela janela emporcalhando o espaço público, sinto informar, você é chato.
3. Se esse seu prezado automóvel também costuma ficar parado atrás de outros carros devidamente estacionados em padarias, bancos, farmácias, etc., com a desculpa de que é só um minutinho, além de chato você é burro ou mentiroso. Como é que chegando depois, você pretende sair primeiro? Claro que há a possibilidade de você ser um chato profissional, do tipo que pára o carro assim e fura fila, “pra chatear por menos tempo”.
4. Já que falamos em filas... Você é aquele que no self-service vem encostando, empurrando e apressando quem está a sua frente? Ou estende o braço para capturar o último bolinho de arroz que por direito seria do seu antecessor? Ou pior. Anda em sentido contrário ao fluxo de todo mundo? Se a resposta for sim, você é muito chato!
5. Se no restaurante, você sendo não fumante, senta-se na área reservada aos tabagistas e fica o tempo todo reclamando com os garçons e fazendo cara feia, você é chato. Pode ser até de uma espécie mutante, aquela que deixa de fumar para só chatear quem fuma.
6. Do mesmo modo, se você é adepto da fumaça e insiste em acender seu cigarro na área de não fumantes, você é um chato daquele tipo invasor, como o do carro de som.
7. Ainda no restaurante, se você gosta de fechar negócios, contar piadas, gargalhar ou bater boca com alguém pelo celular, você é chato. Há graus de chatice nesse caso que variam de acordo com o estilo do restaurante, e o volume e duração da conversa. Conheço uns poucos exemplares da sua espécie que são tão discretos nem deveriam ser catalogados nessa categoria.
8. Mas se você além de praticar essa inconveniência em restaurantes, também atende seu celular em cinemas, teatros, missas e velórios... Meu caro, se chatice fosse contra a lei, você seria julgado por crime hediondo.
9. Se você se considera um esportista porque comprou uma moto “off-road” e aos finais de semana, fantasiado de jóquei, sai pelas trilhas e estradas públicas de terra, em alta velocidade, levantando poeira, fedendo óleo dois tempos e fazendo uma barulheira infernal, você é muito, mas muito chato mesmo e pior, costuma andar em bandos e coloca em risco, além da própria vida, também a de pacatos caminhantes e pedalantes, cavalgantes e cavalgados.
10. Mesmo que caminhos de terra não sejam a sua praia, mas você se aventura no asfalto sobre uma moto não menos barulhenta e/ou fedida, pilota inconsequentemente e costuma cumprimentar outros da sua espécie com estouros do motor, você é do tipo chato-varejeira: Mais hora, menos hora, isso vai acabar em merda.
11. Se por excesso de rodas e pneus você não se enquadra nos dois tipos anteriores, mas dirige seu carro como se fosse um kart, colando nos veículos da frente, acelerando ruidosamente, cantando pneus e ouvindo aquela “música” bate-estaca a todo volume, você é um chato previsível: Do tipo que nunca chega de surpresa.
Espero que o dileto leitor tenha dito não a todas as questões, porém, no caso de ter se identificado com uma ou mais das espécies aqui listadas, não deve se desesperar, existe cura: Cidadania.
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