Auto-retrato em sombra líquida no Ribeirão das Cabras.
Acho que foi numa crônica do Veríssimo onde li: “O fogo era a TV do homem das cavernas”. O autor discorria sobre o fascínio que as chamas ainda hoje exercem sobre os seres humanos. Concordo plenamente e acrescento: Somos todos potencialmente “pirolátras” – termo que acabei de inventar por considerar bem mais adequado que piromaníacos.
Basta uma vela para ficarmos hipnotizados e quanto maior o fogo, mais “piramos” nele.
Nós, humanos de 2008, ainda gostamos de nos sentar junto a uma fogueira, uma lareira, ou um fogão a lenha e de quando-em-quando nos surpreendemos divagando nas mais altas estruturas filosóficas que conseguimos alcançar. Diante do fogo somos impelidos ao silêncio, à meditação e fazemos isso publicamente, sem o menor pudor, muitas vezes
Essa fixação na imagem incompleta que os espelhos nos oferecem é que gera cada vez mais pessoas bonitas e vazias e a espantosa prosperidade das clínicas de estética.
Na frente do espelho tendemos a perder a espontaneidade e corremos o risco de levar essa encenação para além dos limites da nossa intimidade, como se tudo fosse um “reality-show” do eu-pra-mim. Um passo da total insanidade.
Resumindo o paradigma: Quando contemplamos o fogo nos introspectamos e temos pensamentos nobres, mas na própria observação, tendemos a desenvolver idéias primitivas sobre nosso papel nessa existência.
2 comentários:
Oi, César!
Que estranho... não recebi nenhum e-mail seu!
Será que não tem como você me ligar?
(11) 3037-4835/ (11) 9494-1835
Se preferir, me passa seu telefone: tenho outro e-mail tb: jugouveia@yahoo.com.br
Estou precisando falar com você com mta urgência!
Obrigada,
Júlia
Ok,
Já estou ligando!
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