Há mais de 20 dias que não publico nada, não tive tempo. Fui consumido por uma espécie de motim eletrônico. Aqueles períodos que desejamos voltar para as cavernas.
Tudo começou com um aviso do monitor de um computador lá da pizzaria, ele passou a se comportar como um camaleão, exibindo aleatoriamente seu Red-Green-Blue, um de cada vez. Não parecia ser nada sério, nem suspeitei que fosse o primeiro sinal do inferno que os chips estavam preparando para mim. Descobri que com um bom pé-de-ouvido da direita para esquerda suas cores voltam ao normal por algumas horas. Dá pra ir levando, mas claro que está agonizando.
Depois foi o PABX que pirou, esqueceu sua programação, nos proibiu de efetuar ou receber ligações. Pizzaria sem telefone melhor fechar. Passei um dia inteiro, vestido com meu macacão de faz-tudo, soldando inúmeros fiozinhos, testando linhas, checando ramais. Orgulhoso, constatei que valeu a pena: Ficou quase como era antes. Está funcionando, mas terá que ser trocado.
Aí então, nosso servidor começou a engolir pedidos, eles simplesmente foram para um buraco negro de seu HD e nunca mais os encontramos. Perdi outras boas horas mexendo na programação do bicho, vasculhando seu banco de dados e mostrando pra ele quem que manda nessa bagaça. Funcionou, mas suspeito que por poucos dias, também precisaremos de um computador novo.
Achei que essa rebelião de elétrons estava confinada à pizzaria, mas aqui em casa o PC também começou a se comportar de modo estranho. Sem mais razões ele passou a desligar e religar sozinho. Demorei três dias para descobrir que a placa de vídeo era a culpada. Trocada por uma nova e mais potente, agora posso até jogar Second Life, se conseguir entender a lógica da coisa que me parece obscura.
Contei tudo isso por dois motivos: Justificar a ausência de novos posts e ponderar sobre as coisas que resolvem quebrar simultaneamente.
Fiquei imaginando se uma avalanche dessas ocorrer quando eu estiver viajando, há milhares de quilômetros daqui. Sou maníaco por precaução, sei que terei um plano B e até um C para quase tudo, carregarei peças de reposição para a Hebe e para toda a parafernália eletrônica que vai me acompanhar. Mas como será quando quase tudo falhar ou quebrar, ao mesmo tempo, quando os planos B e C se esgotarem?
Numa viagem monitorada como essa, acompanhada virtualmente por (espero) milhares de pessoas, não poderei ficar “fora do ar por problemas técnicos” por muito tempo, terei compromissos com a audiência e com os patrocinadores.
Isso vinha me deixando paranóico, especialmente durante esses meus dias de “apagão” particular.
Lembrei-me então do Amir Klink, ele de novo. Por todas as suas andanças, ou naveganças, recolheu pequenas pedrinhas dos lugares que tiveram algum significado para ele, são lembranças singelas e gratuitas que o fazem recordar do essencial das viagens, o fato de ter estado naqueles lugares.
Vou fazer uma adaptação ao hábito do Amir e levar as pedrinhas de casa. Arrumarei uma caixinha para acomodá-las e, sempre que o plano A, o B ou o C forem insuficientes, apelarei para minhas pedrinhas. Na caixinha escreverei FODA-SE. Vai ser assim: Quando não houver mais solução por falta de recursos materiais, humanos ou climáticos, vou abrir minha caixinha de FODA-SE e arremessar uma pedrinha pela janela.
Essa idéia me deu um enorme conforto, como se eu levasse um estoque de Prozac. Minha ansiedade baixou de forma surpreendente e acho que com a caixinha de FODA-SE ao meu lado ficarei muito mais seguro diante de qualquer adversidade.
Só tenho uma dúvida, sobre a qual peço a opinião de vocês, caros leitores: Devo levar uma outra caixinha? Rotulada com FODA-SE “B”?
Tudo começou com um aviso do monitor de um computador lá da pizzaria, ele passou a se comportar como um camaleão, exibindo aleatoriamente seu Red-Green-Blue, um de cada vez. Não parecia ser nada sério, nem suspeitei que fosse o primeiro sinal do inferno que os chips estavam preparando para mim. Descobri que com um bom pé-de-ouvido da direita para esquerda suas cores voltam ao normal por algumas horas. Dá pra ir levando, mas claro que está agonizando.
Depois foi o PABX que pirou, esqueceu sua programação, nos proibiu de efetuar ou receber ligações. Pizzaria sem telefone melhor fechar. Passei um dia inteiro, vestido com meu macacão de faz-tudo, soldando inúmeros fiozinhos, testando linhas, checando ramais. Orgulhoso, constatei que valeu a pena: Ficou quase como era antes. Está funcionando, mas terá que ser trocado.
Aí então, nosso servidor começou a engolir pedidos, eles simplesmente foram para um buraco negro de seu HD e nunca mais os encontramos. Perdi outras boas horas mexendo na programação do bicho, vasculhando seu banco de dados e mostrando pra ele quem que manda nessa bagaça. Funcionou, mas suspeito que por poucos dias, também precisaremos de um computador novo.
Achei que essa rebelião de elétrons estava confinada à pizzaria, mas aqui em casa o PC também começou a se comportar de modo estranho. Sem mais razões ele passou a desligar e religar sozinho. Demorei três dias para descobrir que a placa de vídeo era a culpada. Trocada por uma nova e mais potente, agora posso até jogar Second Life, se conseguir entender a lógica da coisa que me parece obscura.
Contei tudo isso por dois motivos: Justificar a ausência de novos posts e ponderar sobre as coisas que resolvem quebrar simultaneamente.
Fiquei imaginando se uma avalanche dessas ocorrer quando eu estiver viajando, há milhares de quilômetros daqui. Sou maníaco por precaução, sei que terei um plano B e até um C para quase tudo, carregarei peças de reposição para a Hebe e para toda a parafernália eletrônica que vai me acompanhar. Mas como será quando quase tudo falhar ou quebrar, ao mesmo tempo, quando os planos B e C se esgotarem?
Numa viagem monitorada como essa, acompanhada virtualmente por (espero) milhares de pessoas, não poderei ficar “fora do ar por problemas técnicos” por muito tempo, terei compromissos com a audiência e com os patrocinadores.
Isso vinha me deixando paranóico, especialmente durante esses meus dias de “apagão” particular.
Lembrei-me então do Amir Klink, ele de novo. Por todas as suas andanças, ou naveganças, recolheu pequenas pedrinhas dos lugares que tiveram algum significado para ele, são lembranças singelas e gratuitas que o fazem recordar do essencial das viagens, o fato de ter estado naqueles lugares.
Vou fazer uma adaptação ao hábito do Amir e levar as pedrinhas de casa. Arrumarei uma caixinha para acomodá-las e, sempre que o plano A, o B ou o C forem insuficientes, apelarei para minhas pedrinhas. Na caixinha escreverei FODA-SE. Vai ser assim: Quando não houver mais solução por falta de recursos materiais, humanos ou climáticos, vou abrir minha caixinha de FODA-SE e arremessar uma pedrinha pela janela.
Essa idéia me deu um enorme conforto, como se eu levasse um estoque de Prozac. Minha ansiedade baixou de forma surpreendente e acho que com a caixinha de FODA-SE ao meu lado ficarei muito mais seguro diante de qualquer adversidade.
Só tenho uma dúvida, sobre a qual peço a opinião de vocês, caros leitores: Devo levar uma outra caixinha? Rotulada com FODA-SE “B”?
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